Translate

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A auto-estima do ABDL




Nós, bebês, temos uma certa tendência à depressão. Seja por ainda não termos nos "encontrado"... Seja por não aceitarmos totalmente o que somos. Seja por algum trauma causado por terceiros... Varia de pessoa a pessoa.
Eu tenho visto muitos bebês depressivos últimamente, e isso me preocupa. A queixa mais frequente é a de solidão. Eles tem poucos amigos, são extremamente introspectivos e arredios. Desconfiam de tudo e de todos.
Muitos na vida real fazem ou já fizeram tratamento com profissionais de saúde; psicólogos, psiquiatras. Alguns revelaram o seu lado infantilista, o que eu acho muito positivo, já que a ajuda de uma pessoa abalizada no assunto sempre é bem-vinda. Guardar tudo para sí nem sempre é a melhor solução.
Talvez por essa "guerra psicológica" é que muitos infantilistas tem sérios problemas em se abrir pras pessoas, mesmo que sejam outros infantilistas. Qualquer pessoa que possa ter contato com essa vulnerabilidade psicológica acaba sendo vista como inimiga num primeiro contato, mesmo quando na realidade seria justamente o oposto, já que haveria grande vantagem num relacionamento mais amigo, com a troca de experiências.
O que ocorre muito também é uma "super-expectativa". Vejo acontecer mais nos infantilistas mais novos.
Eles mal tem experiência de vida, estão confusos com seus sentimentos, e dependendo da situação familiar, a carência está lá nas alturas.
Imagine um ABDL ainda "verde", e que acaba conhecendo seja uma mommy/daddy... big brother, whatever. Muitos destes até são casados e com família constituída, e que vivem vida dupla pra saciar um fetiche que a/o cônjuge não completa. São geralmente mais velhos. Às vezes muito mais velhos. E que a princípio parece haver uma conexão saudável. Pois bem. Essa pessoa tão "legal" ideológicamente é tudo o que o bebê sempre sonhou; Fazendo promessas de cuidar dele, dar carinho e um lar, com direito a berçário e fraldinhas sequinhas todo dia.
Pra quem mal tem experiência de vida, isso pode ser extremamente perigoso. O bebê "idolatra" essa figura protetora, chegando ao ponto de obsessão. O adulto continua dando corda, afinal, pra ele não passa de uma brincadeira, um passatempo. Não haveriam muitos problemas nessa situação se só houvessem pessoas idôneas no mundo, mas não é o caso. Tem muito filho da puta solto por aí que só quer brincar com os sentimentos alheios, e que enquanto você passa as noites chorando, ele está lá vivendo a vida dele tranquilamente.
O que falta é aquele senso mais crítico de auto-preservação, quando nos questionamos se o que estamos fazendo é mesmo saudável ou se está nos trazendo mais tristezas do que alegria. Muitas vezes a depressão está tão avançada que o bebê não consegue articular a simples frase "Essa pessoa não me dá o valor que mereço. Ela não é boa para mim." Ou às vezes ele até consegue, mas então emenda com "mas eu a amo".
Sério, bebês. A pessoa que vocês mais tem que amar no mundo não é a/o "mãe/pai perfeita", mas sim a sí mesmos. Nem sempre é fácil (quase nunca é), mas é o que pode mudar um cenário de angústia e tristeza para um cenário de no mínimo esperança.
Amem-se. Dêem-se valor. Se vocês se amarem, outra pessoa também o fará.
Daddies, mommies, brothers, sisters. Cuidem bem dos seus bebês, eles não são um passatempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário